Todos juntos pelos manguezais do Ceará e do Brasil

28 de julho de 2021 - 18:15

 

A programação da Semana Estadual de Proteção aos Manguezais 2021 e de Lançamento da Década do Oceano, no Ceará, sob a coordenação dos ambientalistas Rusty Barreto e Fabiana Pinho, do Ecomuseu do Mangue, reuniu ambientalistas renomados para rodas de conversas. Na manhã de terça-feira (27), “Juntos pelos manguezais do Ceará”, representantes das organizações não governamentais, Fundação Brasil Cidadão, de Icapuí; Ecomangue, de Acaraú; Filhos do Mangue, de Aracati; e Mangue Vivo, de Fortaleza, recomendaram que “todos devemos nos apaixonar pelo manguezal”. Segundo Rusty “o ecossistema trabalha mais do que qualquer político”. E trabalha e “de graça” ao nos fornecer alimentos e serviços. “Caso você seja político não fique com raiva de mim, venha conosco, colocar o pé na lama e ver o que manguezal faz”, disse.

“De que forma o manguezal dialoga com cada um de nós? Como nós nos relacionamos com o manguezal?”, começou conversando e perguntado, o professor da Rede Estadual de Ensino, Ocivan Oliveira Moreira, articulador da ong Filhos do Mangue. “Nós desenvolvemos um trabalho de educação ambiental por meio do qual retiramos resíduos sólidos descartados nos manguezais do Rio Jaguaribe, em Aracati”, disse. “Se a gente sobrevive do manguezal precisamos ter uma boa relação com ele”, ressaltou a bióloga, Rafaela Camargo Maia, do Laboratório de Ecologia de Manguezais do Instituto Federal do Ceará – Acaraú (Ecomangue). “Minha experiência tem me mostrado que esse preconceito com manguezal é devido a falta de conhecimento”, respondeu.

Para o biólogo André Luiz Braga Silva, ex-integrante do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Icapuí , representando a Fundação Brasil Cidadã disse que é preciso desmistificar o mangue. “É fundamental ouvir as pessoas e as incluir nos processos de recuperação e assim transformar o manguezal a partir deste conhecimento”, disse. “Quanto mais você conhece, mais você gosta, mais ocê protege e mais você fica indignado”, afirma Gleire Rodrigues de Menezes, coordenadora do Projeto Mangue Vivo. “Precisamos mostrar às comunidades que elas têm voz”, completou.

Dando continuidade às rodas de conversas sobre manguezais, na manhã de hoje, Fabiana e Rusty, conversaram com o artista Chico Lam e com a Coordenadora de Biologia e Meio Ambiente do Museu Espaço Ciência de Pernambuco, Fabiana Carmo. Dessa vez, “Juntos pelos manguezais do Brasil”, os dois convidados contaram experiências profissionais, junto ao ecossistema. Fabiana apresentou o Manguezal Chico Science, por meio do qual ,questões como responsabilidade pessoal de mitigação, prática e estudo científico dos impactos e a importância dos manguezais, são trabalhadas. “Nosso objetivo é mitigar impactos”, afirmou. “O manguezal é um ecossistema bondoso, resiliente e muito forte, mas as pessoas não o conhecem. Precisamos colocar em prática e popularizar a ciência e o manguezal”, destacou.

Popularizar a ciência e apoiar o ensino são os objetivos centrais do Museu Espaço Ciência de Pernambuco ( http://www.espacociencia.pe.gov.br/ ), uma instituição permanente, sem fins lucrativos, aberta ao público, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, pertencente à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco.

Lam, formado em Desenho Industrial pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, é o fundador do Instituto Caranguejo de Educação Ambiental (www.caranguejo.org.br). “Nós trabalhamos com materiais, atividades e experiências de educação ambiental com quadrinhos, animações, games, jogos e ações em escolas e comunidades”, explicou. Lam criou personagens de histórias em quadrinhos e de animação como o Menino Caranguejo e a Turma do Mangue. “Na Turma do Mangue, uma turma de caranguejinhos de várias espécies, sempre tratamos dessa questão do lixo”, contou. “Cada ação pequena deve ser feita pensando no coletivo, pois são as pequenas ações que integram o coletivo”, encerrou.