Atualizada lista de espécies de plantas invasoras no Ceará

9 de julho de 2024 - 09:19

Nome popular: Capim-elefante

Nome científico: Cenchrus purpureus

Como objetivo de alertar a população cearense sobre os perigos do plantio de espécies exóticas invasoras, Grupo de Trabalho (GT) do Programa de Florestamento, Reflorestamento e Educação Ambiental do Estado do Ceará, este ano, atualizou a lista de espécies de plantas exóticas invasoras. A atualização foi feita por meio da Portaria Nº 48/2024, que incluiu as oito espécies seguintes: Jambo, Capim-elefante, Dracena, Espada-de-São-Jorge, Lambari-roxo, Sombreiro, Sigônio e Espatódea.

A Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA), sob a coordenação da Célula de Políticas de Flora Ceflor, da Coordenadoria de Biodiversidade (Cobio), da SEMA e do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Prof. Dr. Lamartine Soares, trabalharam no âmbito do GT do Programa de Florestamento, Reflorestamento e Educação Ambiental do Estado do Ceará e atualizaram a lista.

De acordo com o técnico da Ceflor/Cobio/SEMA, Lucas Silva, a ideia é que sejam realizadas atualizações periódicas da listagem, com a inclusão de novas espécies. “Dessa forma vamos instrumentalizar os órgãos municipais de meio ambiente na tomada de decisões quanto a supressão e controle desses indivíduos, bem como nortear a produção e plantio de espécies em seus territórios, diminuindo a ampliação da invasão biológica em nosso território”, disse.

Espécies exóticas invasoras

O técnico explicou ainda que segundo a Lei Estadual nº 16.002 de 02/05/2016 – Programa de Valorização das Espécies Vegetais Nativas, “espécies exóticas invasoras “são aquelas que foram introduzidas de forma voluntária ou involuntária em um novo ecossistema, fora de sua área natural de distribuição, capazes de modificar as dinâmicas de um ecossistema e prejudicar a biodiversidade nativa, com impactos negativos ambientais, econômicos e sociais, e cuja dispersão supera as barreiras geográficas e biológicas que o ambiente impõe”.

Saiba mais sobre as espécies invasoras e confira neste LINK a Portaria Nº 48/2024:

1) Nome popular: Jambo

Nome científico: Syzygium malaccense

Origem: Ásia (Índia e Malásia).

Vias de introdução e dispersão: Jardins botânicos/zoológicos, pessoas trocando recursos naturais, uso ornamental.

Impactos: Dominância e deslocamento de espécies nativas.

2) Nome popular: Capim-elefante

Nome científico: Cenchrus purpureus

Origem: África tropical.

Vias de introdução e dispersão: Agricultura, pessoas torcando recursos naturias, translocação de maquinário

Impactos: Dominância sobre outras espécies, especialmente em áreas úmidas. Sufoca a vegetação nativa de pequeno porte, impedindo sua regeneração (Cronk & Fuller, 1995). Pode dominar comunidades de savanas adaptadas ao fogo (Holm et al., 1977). Invade áreas agrícolas como canaviais, cacauais, seringais e plantios florestais. Reportada como invasora em 19 tipos de culturas agrícolas em 25 países (Holm et al., 1977). Também pode causar danos em sistemas de irrigação e drenagem, uma vez que seu crescimento pode provocar o entupimento do canais, reduzindo o fluxo de água, havendo a necessidade de gastos para bombeamento (Schardt & Schmitz, 1991).

3) Nome popular: Dracena

Nome científico: Dracaena fragrans

Origem: África Ocidental (Guiné)

Vias de introdução e dispersão: Uso ornamental

Impactos: Tóxica para animais (PIER, 2020).

4) Nome popular: Espada-de-São-Jorge

Nome científico: Dracaena trifasciata

Origem: África Ocidental tropical (do leste da Nigéria até a República Democrática do Congo e Zaire).

Vias de introdução e dispersão: Comércio de mudas, pessoas torcando recursos naturias, uso ornamental

Impactos: Domina o sub-bosque de fragmentos florestais em regeneração, dificultando o estabelecimento de espécies nativas e, consequentemente, diminuindo a disponibilidade de recursos para a fauna.

5) Nome popular: Lambari-roxo

Nome científico: Tradescantia zebrina

Origem: América Central (Honduras, Guatemala, Belize, Costa Rica, Nicarágua e Panamá) e México (CABI ISC 2020)

Vias de introdução e dispersão: Comércio de mudas, pessoas trocando recursos naturais, transporte de material ambiental, uso ornamental

Impactos: Domina o subosque de formações florestais e impede a regeneração de espécies nativas. Pode comprometer processos de sucessão natural.

6) Nome popular: Sombreiro

Nome científico: Clitoria fairchildiana

Origem: Brasil (estados do Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas)

Vias de introdução e dispersão: Uso ornamental

Impactos: Pode prejudicar o crescimento de espécies nativas por sombreamento e por efeitos alelopáticos. Apresenta efeitos alelopáticos sobre espécies olerícolas. Devido às suas grandes raízes, quando utilizada em urbanização urbana, pode causar a destruição de passarelas, calçadas e sistemas de esgoto.

7) Nome popular: Singônio

Nome científico: Syngonium Podophyllum

Origem: América Central e parte da América do Sul (GISD, 2021)

Vias de introdução e dispersão: Comércio de mudas, pessoas trocando recursos naturais, transporte de material ambiental, Uso ornamental

Impactos: Cria camada de cobertura de solo espessa e impenetrável para outras plantas (Brunel, 2009). Forma tapete denso que cobre o solo e os troncos das árvores, podendo excluir outras espécies vegetais (Space, Flynn, 2000).

8) Nome popular: Espatódea

Nome científico: Spathodea campanulata

Origem: África (Burundi, República dos Camarões, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda, Zaire, Benin, Costa do Marfim, Gana, Guiné, Libéria, Nigéria, Serra Leoa, Togo e Angola)

Vias de introdução e dispersão: Comércio de mudas, jardins botânicos/zoológicos, uso ornamental

Impactos: Flores com alcalóides tóxicos que podem causar envenenamento de beija-flores e abelhas. Impede a sucessão natural das florestas que invade à medida que forma densos aglomerados e ocupa o espaço de espécies nativas. Redução de áreas agrícolas e pastoris. As flores possuem alcalóides tóxicos que causam alucinações.

Fonte: Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis – SC (http://bd.institutohorus.org ).