Mudanças climáticas: preservar o planeta é uma luta de todos e todas

Publicado no Jornal O Otimista (28/11/23)

“Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social;

mas uma única e complexa crise socioambiental”

(Papa Francisco)

 

Temos um compromisso imediato com o futuro: o de construir um mundo sustentável, para nós, agora, e para as próximas gerações, no amanhã. A crise climática que pensávamos atingir as gerações futuras chegou agora, e chegou com tudo. Em vários países, inclusive no Brasil, ondas de calor e tragédias naturais estão se tornando comuns.

 

O 6o. Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – grupo de cientistas da ONU que monitora o tema – mostra que mesmo se todos os países do mundo implementarem os compromissos climáticos, isso não será suficiente para manter o aquecimento global em 1.5ºC acima dos níveis pré-industriais, o que seria necessário para evitar piores impactos.

 

Lá atrás, não respeitamos o olhar da ciência. Hoje, assistimos um acúmulo de evidências terríveis que afirmam que a crise climática está entre nós e que estamos cada vez mais próximos de um colapso. O chairman da Fortescue, empresa que realizará investimentos para produção de hidrogênio verde no Ceará, Andrew Forrest, discorreu, em palestra na UFC, sobre “umidade letal”: “a combinação de alta temperatura e alta umidade, devido à crise climática, pode matar muitas pessoas”.

 

O planeta tem dado sinais claros de que precisamos agir. Faz tempo que a ciência informa que milhões de mortes estão relacionadas à crise climática provocada pela ação humana no planeta. O governo do Ceará, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA), tem agido para mitigar esses efeitos. Desde 2015, as unidades de conservação aumentaram de 23 para 42. Foram produzidas e usadas mais de 800 mil mudas em projetos de florestamento e reflorestamento. Há também um investimento em energias renováveis – solar, eólica e hidrogênio verde –, além de ações constantes de educação ambiental.

 

Mas sozinhos não iremos conseguir. Precisamos do apoio da população e que cada um se conscientize do seu papel. Não dá para assistir a tudo isso sem, no mínimo, refletirmos sobre nossas ações. Afinal, o agir humano responde diretamente por esse momento crítico.

 

Vilma Freire

Secretária do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará