No encerramento da Semana Estadual de Proteção dos Manguezais, Fortaleza 2040 e Ceará 2050 debatem a questão do oceano

30 de julho de 2021 - 15:35

No evento virtual – transmitido pelo canal do YouTube da Secretaria Estadual do do Meio Ambiente (SEMA) – que encerrou a Semana Estadual de Proteção aos Manguezais 2021, nesta sexta (30), pela manhã, o vice-prefeito de Fortaleza e presidente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Élcio Batista; e o secretário-executivo da Casa Civil do Governo do Estado, Célio Fernando, expuseram o que está planejado para a preservação e a economia do mar e costeira, respectivamente nos programas Fortaleza 2040 e Ceará 2050. O debate foi mediado pelo deputado estadual Acrísio Sena (PT), presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa e autor da Lei que criou a Semana dos Manguezais.

Segundo Élcio Batista, ao contrário do Brasil, o Ceará vem se destacando pela sua capacidade de planejamento e pela continuidade de suas políticas públicas. Fazendo referência a Eudoro Santana, que conduziu os estudos do Fortaleza 2040, ele explicou: “o livro seis do Fortaleza 2040 trata da qualidade do meio ambiente e do uso sustentável dos nossos recursos naturais, com vasta conexão com o mar. O livro sete aborda os planos de economia do mar, turismo náutico e economia criativa”. Ele lembrou de várias iniciativas transversais como o hub de fibra ótica e o reúso do interceptor oceânico, que dialogam com o oceano.

Célio Fernando lembrou que o Ceará é “a esquina do Atlântico”, cenário ideal para desenvolvimento de projetos nacionais e internacionais no mar e no litoral, como o hub de hidrogênio verde, o estabelecimento de rotas estratégicas e o investimento em energias renováveis, como a eólica e a solar. “Para que estes projetos ganhem corpo é necessário uma boa governança entre os entes federativos, em espírito colaborativo”, alertou.

Boticário e Winds for Future

Em seguida, Liziane Alberti e Karynna Tolentino apresentaram do Case Fundação Boticário, com participarão do ambientalista Fabiana Pinho, do Ecomuseu do Mangue, e da coordenadora de Biodiversidade da SEMA, Dóris Santos. A Fundação investe cerca de R$ 6 milhões em projetos como o monitoramento dos manguezais em zonas costeiras São Paulo e de conservação do tamanduí, animal típico do mangue e florestas úmidas, principalmente no Delta do Parnaíba.

Na sequência, o presidente do Instituto Winds for Future, André Farias, e Deborah Lilifeld, falaram sobre o “Case HUB Cumbuco”, que começou como um evento de windsurf – que registrou o encontro com maior número de participantes em nível mundial, reconhecido pelo Guiness Book – e que virou um projeto de ação ambiental, com ecoponto – que já reciclou cerca de 50 toneladas de resíduos –, ações de limpeza de praias, e de responsabilidade social, com distribuição de cestas de alimentos para comunidades carentes durante a pandemia.

Jásecretária de Meio Ambiente e Urbanismo de Fortaleza, Luciana Lôbo, falou sobre o empréstimo de R$ 70 milhões do Banco Mundial para o programa Fortaleza Cidade Sustentável. “Um dos investimentos mais importantes é o saneamento dos nossos recursos hídricos, principalmente na bacia da vertente marítima. Além disso, destaco o projeto “Se Liga na Rede”, que vai fazer ligações de esgotamento sanitário em 2.500 domicílios de pessoas de baixa renda, impactando positivamente na limpeza de nossas águas”, informou.

Tuga, a tartaruga é a mascote da Década do Oceano no Ceará

Já próximo ao meio-dia, o assessor de comunicação da SEMA, Demétrio Andrade, apresentou o resultado da votação virtual para escolha da mascote da Década do Oceano. A ilustradora Nathália Garcia de Sousa desenhou sete opções de espécies para a mascote: a Bu (Água Viva), o Jão (Tubarão Lixa), Joca (Polvo), o Juba (Peixe Anjo), a Loca (Lagosta), a Mabel (Arraia) e Tuga (Tartaruga).Quase 2 mil internautas votaram na Tuga, que será utilizada em ações de educação ambiental, principalmente com crianças, buscando a conscientização para a preservação do oceano.

Ao final, o titular da SEMA, Artur Bruno, lembrou a importância das quase 30 entidades envolvidas com a Década do Oceano no Ceará. “Conseguimos unir o poder público, a iniciativa privada, ONGs e universidades pensando e agindo conjuntamente na defesa das melhores soluções para a pesquisa e para as intervenções que devem ser realizadas no ambiente costeiro e marinho”, ressaltou.

A Semana Estadual de Proteção aos Manguezaisfoiuma realização do Governo do Estado do Ceará, através da SEMA e organizado em parceria com o Ecomuseu Natural do Mangue e a Rede Nacional de Manguezais (Renaman), com apoio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e do Programa Cientista-Chefe Meio Ambiente, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).