Conselho Gestor recebe com satisfação ampliação do Parque do Cocó

14 de agosto de 2019 - 14:27

O Conselho Gestor da Parque Estadual do Cocó reuniu-se na manhã de hoje para mais uma Reunião Ordinária Bimestral. Durante o encontro, ocorrido na manhã de hoje (14/8), no Auditório/Cine Cocó, os conselheiros foram informados sobre a ampliação da principal área verde de Fortaleza. O geógrafo, Leonardo Borralho, técnico da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), representou o secretário Artur Bruno, presidente do colegiado. “Serão agregados mais 8,28 hectares ao Parque do Cocó, que passará de 1571 para 1579 hectares”, disse Borralho.

Em 2013, uma área próxima à Cidade 2000 foi declarada de utilidade pública pelo Decreto Estadual nº 31.285/2013, destinava-se à implantação de reassentamento das famílias afetadas pelo Projeto do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) do Ramal Parangaba-Mucuripe. “No entanto, nem toda a área declarada de utilidade foi de fato desapropriada para esse fim e pelo fato de tratar-se de área de duna fixa de grande relevância e adjacente ao Parque, o Governo do Estado do Ceará resolveu incorporar a área à unidade de conservação (UC) estadual”, explicou o técnico.

De acordo com Borralho, trata-se de uma duna fixa com atributos ambientais relevantes quanto à fauna e flora. Ademais, é um corredor de fauna com outros ecossistemas do entorno e com alguns recursos hídricos como olhos d’água e nascentes que abastecem o Cocó e o seu rio homônimo. De modo geral os conselheiros receberam satisfeitos a boa nova. Para o conselheiro, professor Antônio Miranda, representante da Universidade Federal do Ceará (UFC), a incorporação só traz vantagens.

“É muito importante e pode ser inclusive, o início de uma ampliação do Parque nessa região”, disse. “No início, foi prevista para estar dentro da poligonal [ele faz uma referência ao Fórum do Cocó, ação que somava esforços para a implantação da unidade de conservação (UC), em 2015] e por razões diversas o Governo deixou de fora”, completa. Segundo ele, apesar de ser uma área pequena diante do tamanho da UC, “é muito importante” por ser o início de um “processo de redefinição dos limites” do parque.

“A poligonal tende a aumentar”, declarou, informando que a área “já” está protegida pela regulamentação federal, estadual e municipal, e existem laudos indicando que grande parte dessa área é de proteção permanente ou APP. “Um laudo da UFC mostra que uma grande parte que fica ao oeste da Avenida Sebastião de Abreu era mangue e foi aterrado”, disse. “Isso é crime ambiental e esse tipo de crime não prescreve”, encerra o professor, elogiando a atitude do governo do Estado como “muito boa”, demonstrando “preocupação com o tema”. Ele também destacou o “visível, cuidado e carinho” do secretário Artur Bruno pelo Parque Estadual do Cocó.

Saiba mais

A duna é uma Área de Preservação Permanente (APP), um espaço territorial a ser especialmente protegido, nos termos do art. 225, § 1º, III da Constituição Federal de 1988. O novo Código Florestal conceitua a APP como área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.