Zoneamento Ecológico-Econômico no centro do debate no Observatório da Indústria

17 de junho de 2019 - 15:31

O titular da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Artur Bruno e o secretário de Turismo do Estado, Arialdo Pinho, reuniram-se com empresários e partes interessadas, na sede do Sistema FIEC, para discutir o Zoneamento Ecológico-Econômico da Zona Costeira do Ceará (ZEEC). O encontro ocorrido na tarde desta última sexta-feira (14/6), numa sala de situação criada pelo Observatório da Indústria, buscou aprofundar o tema e esclarecer pontos, permitindo uma interação maior com relação à questão. Turismo e Meio Ambiente são dois, dos 17 setores considerados estratégicos pelo Observatório.

Artur Bruno fez questão de ressaltar a necessidade de viabilizar empreendimentos a serem realizados no litoral cearense com “cuidado ambiental” e com “segurança” jurídica. “O turismo é a nossa maior estratégia e nós queremos um ZEEC o mais transparente possível, com base científica e legal”, afirmou, referindo-se ao desenvolvimento do Estado. Disse ainda que “uma grande equipe de especialistas” de especialistas foi montada, para realizar o trabalho que abrange 23 municípios.

Sistêmico

Em seguida o consultor técnico do ZEEC, Marcos José Nogueira, fez uma apresentação geral e sucinta do processo. De acordo com o doutor em Geografia, o instrumento é o “principal ordenamento setorial do país”, cuja “paradigma” é o desenvolvimento sustentável. “O ZEEC é sistêmico, holístico, dialético e não é cartesiano”, frisou. “Um documento fundamentalmente orientativo e onde a natureza é considerada na sua integralidade”, disse. Ele apresentou as etapas do trabalho: Planejamento, Diagnóstico, Proposta e Consolidação.

Os aspectos socioeconômicos do zoneamento foram apresentados pelo doutor em economia, Eduardo Fontenele. “A socioeconomia vai subsidiar locais mais apropriados para a locação de recursos financeiros”, explicou. Será desenvolvido um banco de dados geográfico “para integrar as informações” e assim construir um instrumento de planejamento. “O banco vai apontar as potencialidades e as fragilidades locais”, destacou.

Quatro seminários, 800 pessoas

A assistente social e socióloga, Fátima Catunda, explicou o processo de mobilização e articulação social. “De forma dinâmica e participativa realizamos quatro seminários com o objetivo de identificar as forças propulsoras”, disse referindo à etapa inicial, quando mais de 800 pessoas participaram das quatro primeiras reuniões ocorridas em Caucaia, Aracati, Jijoca de Jericoacoara e Itapipoca. “Nos encontros, conversamos com vários setores influentes no litoral cearense”, encerrou.

Para Rômulo Alexandre Soares, do Conselho de Relações Internacionais (Corin), da Fiec, “o debate não é fácil e o momento do diagnóstico é o mais difícil”. Ele destacou a “importância” de reforçar a etapa, “aprimorar as vocações dos municípios” e “avançar de forma sustentável”. Murilo Pascoal, diretor do Beach Park, fez questão de frisar que o turismo é a indústria “mais adequada” para falar de sustentabilidade e pensar no futuro. “É nosso interesse que as belezas naturais e a cultura local sejam preservadas”, disse.

No encerramento do encontro, o empresário José Sampaio de Souza Filho presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Ceará (Simec), destacou o debate “rico, com diálogos francos e transparentes” e sugeriu como encaminhamento, definir, “o mais rápido possível”, a constituição de um grupo de trabalho (GT) multidisciplinar para aprofundar as discussões sobre o assunto.