Órgãos ambientais do Ceará e laboratório da Uece articulam cooperação para estudo genético de cervídeos
28 de novembro de 2025 - 16:31 #Biodiversidade #Ceará #sema

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) reuniu, nesta sexta-feira, pesquisadores e representantes de diversos órgãos ambientais para discutir uma parceria voltada ao fortalecimento de pesquisas de identificação genética de espécies de cervídeos mamíferos como cervos e veados, presentes em diferentes regiões do Ceará.
O Laboratório de Conservação de Cervídeos Neotropicais da Universidade Estadual do Ceará (Laccerne/Uece) já desenvolve estudos de genética aplicada à identificação, conservação e monitoramento dessas espécies. A partir de amostras como pelos, os pesquisadores são capazes de analisar características genéticas, além de construir bancos de imagens e de células que auxiliam na compreensão da diversidade e da distribuição populacional dos animais.

Karyna Leal, secretária executiva de Planejamento e Gestão Interna da Sema, destacou a relevância do projeto para o aprimoramento de políticas públicas ambientais. Ao lado de representantes da Semace, Sepa, Batalhão de Polícia Militar Ambiental, ICMBio, Laccerne (Uece), Fundação Universidade Estadual do Ceará e Instituto Pró-Silvestre, ela propôs a criação de um Acordo de Cooperação Técnica unificado entre os órgãos.
“Precisamos integrar as políticas públicas a partir desse mapeamento. Quando os órgãos encontrarem um animal, o contato imediato com o laboratório permitirá consolidar uma base de dados genética mais robusta”, afirmou.
A professora Luciana Melo, da Uece, apresentou os estudos desenvolvidos pelo laboratório e enfatizou a importância ecológica dos cervídeos. Segundo a pesquisadora, esses animais contribuem para o equilíbrio dos biomas ao dispersar sementes após a digestão, favorecendo a regeneração da flora. Ela também ressaltou as diferenças genéticas entre populações da Serra e do Sertão, reforçando a necessidade de identificação precisa das espécies.
“A genética do veado-catingueiro que vive na zona de transição para Guaramiranga não é igual à daquele que habita o Sertão. Existem características bastante distintas”, explicou.
Como encaminhamento, os órgãos presentes concordaram em avançar na formalização do Acordo de Cooperação Técnica e na definição de fluxos integrados . A expectativa é que a iniciativa fortaleça a produção científica no estado e amplie a capacidade de monitoramento da fauna silvestre.