Governador Elmano de Freitas destaca potencialidades do Ceará para a transição energética justa na COP30
13 de novembro de 2025 - 18:07 #COP 30 #sema #Transição Energética
Na ocasião, o chefe do Executivo cearense representou os estados do Nordeste
Durante sua participação no quarto dia da 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o governador Elmano de Freitas integrou o painel “Do Nordeste para o Mundo: o papel da Caatinga e do Hidrogênio Verde para a Transição Energética Justa”, no qual destacou o pioneirismo do Ceará nessa agenda. O evento ocorre em Belém-PA e reúne cerca de 50 mil participantes, entre diplomatas, líderes, ativistas, cientistas e empresários.
O debate, realizado no auditório Cumaru, no Pavilhão Brasil da Zona Azul, contou ainda com as presenças da secretária do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), Vilma Freire; da secretaria-executiva da Indústria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Brígida Miola, que mediou o painel; do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Romeu Aldigueri; além de outras autoridades.
Ao iniciar sua fala, Elmano de Freitas, que representou os estados do Nordeste, ressaltou aos presentes que a pauta ambiental no Ceará se revela como uma oportunidade de desenvolvimento econômico aliado à inclusão social. “O Governo do Estado é um parceiro da sociedade civil para que as políticas públicas possam avançar com inclusão social e justiça ambiental. O que é muito importante. Isso não é algo novo em nosso governo, temos um histórico que é importante reconhecermos”, disse o governador, ao fazer um resgate da trajetória que consolidou o Ceará como berço das energias renováveis no Brasil.
Entre as ações citadas, destacou-se a implantação dos primeiros parques eólicos comerciais do país. Esse processo, iniciado ainda na década de 1980, teve como marcos importantes a implantação de uma planta de biodiesel e bioquerosene de aviação; a criação de um atlas interativo eólico e solar; o fato de o Ceará ter sido o primeiro estado do Brasil a injetar biogás em sua rede de gás natural; e a instalação da primeira usina solar interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Todos esses projetos foram pioneiros no país, assim como o Hub de Hidrogênio Verde do Brasil, sediado no Ceará.
Produção de energias
No Nordeste estão localizados seis dos dez maiores produtores de energia solar do país, o que representa 52% da potência instalada do Brasil. Dos contratos em construção e dos projetos autorizados para ampliação, cerca de 65% também estão na região. Em relação à geração eólica, o protagonismo se mantém, com oito dos dez maiores produtores nacionais e 90% da potência instalada concentrada no Nordeste.
Juntos, Bahia, Pernambuco e Ceará figuram entre os 11 maiores estados em geração distribuída, com 5,3 GW instalados, o que representa 21% da capacidade nacional. Sobre essa matriz, o governador Elmano de Freitas, durante a apresentação, destacou a importância dessa fonte renovável chegar à população mais vulnerável, citando como exemplo os beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Riquezas do Ceará para o Hidrogênio Verde
Durante sua fala, o governador Elmano de Freitas também apresentou o potencial do Ceará na agenda do Hidrogênio Verde (H2V), destacando nove pontos estratégicos que evidenciam os benefícios do estado, desde sua localização privilegiada até as parcerias consolidadas e a infraestrutura logística.
Outro ponto abordado foram os projetos avançados para a produção de H2V e seus derivados, que já contam com contratos assinados. O chefe do Executivo estadual destacou que o Ceará é o estado com o maior número de acordos desse tipo no país. Um dos diferenciais será a construção de um terminal, previsto para iniciar em 2026, destinado ao escoamento da produção. O empreendimento integrará a estrutura compartilhada que será utilizada pelos produtores de amônia verde instalados no Complexo do Pecém.
De acordo com Elmano de Freitas, os pontos apresentados reforçam as condições favoráveis que o Ceará possui para se consolidar como um grande polo de H2V. “O mundo exige a transição da matriz energética, e o Hidrogênio Verde é uma das principais alternativas para substituir os combustíveis fósseis”, destacou.
Oportunidades de investimentos no Nordeste
Para quem deseja investir, o Nordeste oferece um terreno fértil, com ações voltadas ao apoio de planos de negócio focados em investimentos estratégicos, alinhados às missões da Nova Indústria Brasil (NIB). A chamada pública, que inicialmente previa R$ 10 bilhões, superou as expectativas, alcançando quase 13 vezes esse valor em crédito solicitado. Entre as 246 propostas enviadas, destacam-se projetos voltados à transição energética com foco em armazenamento, bioeconomia com foco em fármacos e data center verde, entre outros.
No Ceará, esse cenário se fortalece com o ecossistema de inovação, impulsionado por parcerias com instituições de ensino superior que ofertam capacitações voltadas às energias renováveis. Além disso, foram apresentados outros benefícios oferecidos pelo estado aos investidores durante o painel do qual o governador Elmano de Freitas participou.
“Aqui mostramos o que realizamos em termos segurança jurídica, equilíbrio fiscal do estado e licenciamento ambiental mais célere, para garantir que esses investimentos aconteçam em diálogo com as comunidades, as empresas e as instituições, gerando possibilidades de crescimento para todos os cearenses”, concluiu Elmano de Freitas.
Outros temas debatidos
No mesmo painel, outros temas foram discutidos após a fala do governador Elmano de Freitas. A consultora internacional para o setor de Hidrogênio Verde, Mônica Panick, abordou as “Potencialidades do Hidrogênio Verde e a exportação sustentável”. Atuando como diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2) e mentora de mobilidade a hidrogênio da SAE Brasil, Mônika possui mais de 25 anos de experiência na área.
Daniel Fernandes, diretor-executivo da Associação Caatinga, apresentou no painel uma palestra sobre a “Importância da Caatinga para a transição energética”. Por fim, Mônica Abreu, professora doutora da Universidade Federal do Ceará (UFC), tratou do tema “Educação e Agenda Social”, destacando a identificação do potencial de geração de riqueza dos empreendimentos e a parcela a ser compartilhada para o desenvolvimento local.