Sema participa de oficina sobre conservação da herpetofauna ameaçada no Nordeste

24 de junho de 2025 - 14:07

A Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) participou da Oficina de Planejamento do 3º Ciclo do Plano de Ação Nacional para Conservação da Herpetofauna Ameaçada do Nordeste. O evento foi promovido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e aconteceu entre os dias 9 e 13 de junho, em Teresina, no Piauí.

Os Planos de Ação Nacional (PAN) são instrumentos de gestão construídos de forma participativa. O PAN da Herpetofauna do Nordeste tem como objetivo reduzir ameaças a espécies de anfíbios e répteis da região e ampliar o conhecimento sobre esses grupos, com a participação de diversos setores da sociedade.

A oficina contou com representantes de órgãos ambientais, especialistas, pesquisadores, organizações da sociedade civil, entidades sem fins lucrativos e representantes do setor privado dos estados do Nordeste. Durante o encontro, foram definidos novos objetivos específicos e ações para o 3º ciclo do PAN, com base em ameaças e áreas de ocorrência de espécies constantes na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. Espécies com risco reconhecido em listas estaduais também foram incluídas.

A programação contemplou os biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia, abrangendo cerca de 70 espécies ameaçadas. No Ceará, o novo ciclo do PAN prevê ações para 10 espécies, sendo cinco répteis e cinco anfíbios constantes na Lista Vermelha dos Anfíbios e Répteis Continentais Ameaçados de Extinção do Estado do Ceará, instituída pela Portaria Nº146/2022. Entre elas está o sapo-de-chifre-do-araripe (Proceratophrys ararype), classificado como criticamente em perigo de extinção nas listas estadual e nacional.

Segundo Giovanna Rodrigues, técnica da Coordenadoria de Biodiversidade da Sema, “Os Planos de Ação Nacionais para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção são instrumentos de gestão relevantes pois direcionam o olhar para a nossa fauna ameaçada de extinção, ao identificar e destacar áreas relevantes e ações prioritárias para a conservação dessas espécies, com base nas ameaças a que estão expostas. As áreas relevantes para a conservação dessas espécies coincidem em parte com as Unidades de Conservação federais e estaduais, desta forma é possível elaborar um planejamento estratégico dentro do que compete a gestão dessas unidades para que as ações efetivamente contribuam para a preservação do habitat e também dessas populações. O PAN também elenca áreas que são importantes para as espécies-alvo, mas que não são protegidas efetivamente, sendo uma ferramenta fundamental para elencar áreas prioritárias para a criação de Unidades de Conservação nos estados do Nordeste.”

A participação de órgãos estaduais como a Sema e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) nas oficinas é considerada importante para garantir, dentro de suas competências, a execução das ações previstas.