“A natureza está seguindo os passos do clima, porém, em ritmo mais acelerado”, alertou painelista no segundo dia do Seminário Ceará pelo Clima

18 de junho de 2024 - 16:50

Nesta terça-feira (18), segundo dia do Seminário Ceará pelo Clima, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA) escolheu um tema relevante e atual para ser discutido no primeiro painel do dia: Financiamento Climático. Para a palestrante Ana Paula Machado, diretora de Articulação e Governança Nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a alteração climática é uma realidade grave e não estamos preparados para a adaptação. “Cerca de 100 anos atrás esse problema já era indicado nos modelos e nós precisamos levar a sério a questão da adaptação e da resiliência”, disse.

Ela também destacou que o enfrentamento ao fenômeno climático requer capacidade sistêmica de planejamento, monitoramento e adoção de medidas. “Com uma economia dependente da agricultura, o Brasil é extremamente vulnerável, no entanto, é o Nordeste, a Região mais suscetível e que mais vai sofrer impactos”, alertou. Ela citou o Plano Clima 2024/2025 que está sendo elaborado pelo Governo Federal, que busca uma transição energética justa e informou sobre o recém instalado Comitê Interministerial de Mudança Climática (CIM).

O painelista Paul Dalle, assessor técnico da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, é urgente a sinergia entre a agenda e entre os tipos de recursos. Casar as agendas tanto para aproveitar a pauta climática, como a pauta da biodiversidade, de forma a reforçar a agenda integrada. Tem dinheiro no Acordo do Clima para agenda integrada”, informou.

Para Vitor Santos, Vitor Santos, do banco BTG Pactual, o clima impacta nos negócios e atualmente, os clientes do BTG não enxergam os riscos climáticos. “Trabalhamos para ajuda-los a enxergar esses riscos”, afirmou. “Hoje, estamos em uma agenda de oportunidades e o banco tem interesse de orientar o cliente”, completou.

Beatriz Ferrari, consultora e profissional de finanças sustentáveis alertou que o senso de urgência das mudanças climáticas tem uma relação direta com a biodiversidade. “ O desafio é não é pequeno. Metade do PIB mundial é dependente de ecossistema e se seguirmos nesse ritmo a queda do PIB será grande”, disse. Ela ainda alertou que “a natureza está seguindo os passos do clima, porém, em ritmo mais acelerado”.