Painel JUVENTUDE E CRISE CLIMÁTICA reúne experiências com projetos desempenhados por AJAs
17 de junho de 2024 - 16:25
O primeiro painel do Seminário “Ceará pelo Clima”, no início da tarde de segunda (17), tratou de Juventude e Crise Climática – Educação Ambiental para ação cidadã: capacitando jovens líderes. O painel discutiu a importância da conscientização cidadã ambiental para desenvolver uma compreensão mais profunda dos problemas ambientais globais e locais, mostrando atividades de educação ambiental desempenhadas por jovens.
A tarde de palestras foi aberta pela pesquisadora e influenciadora digital Ellen Monielle, de Natal (RN), que ressaltou a importância da educação para o seu crescimento pessoal e profissional. “A educação me levou a lugares onde eu jamais pensei em chegar, como a COP26 e a COP27, a principal conferência climática do mundo, uma na Escócia, em 2021, e outra no Egito, em 2022”, compartilhou. Ela gerencia o perfil Eco Fada, que acumula quase 100 mil seguidores nas redes sociais, falando sobre a intersecção do veganismo e das questões alimentares, ambientais, de gênero e de raça.
Em seguida, a mediadora Lilica Santos, cientista social pela UFC, falou sobre suas experiências. Ela é idealizadora do I Festival Negruras e cogestora do Soulest, um espaço criativo localizado na praia da Leste, que desenvolve atividades buscando a preservação do território e a conexão entre as favelas. “Estou aqui para representar as juventudes negras de Fortaleza, defendendo a beleza que existe nas nossas favelas e periferias. Fico feliz por estar num painel com mulheres negras nordestinas”, avisou.
Na sequência, a painelista Rayssa Sousa, AJA de Canindé desde 2021, expôs seu trabalho como educadora ambiental, mostrando fotos de atividades como debates, exibição de filmes, colônia de férias para as crianças e distribuição de mudas em lugares públicos naquele município. “Ser AJA é uma experiência que mudou a minha vida. E meu trabalho com animais, por exemplo, tem uma inspiração clara em São Francisco, meu Santo de devoção e padroeiro de minha cidade”, reforçou. Depois, Lorena Freire, AJA em Caucaia, falou do seu Projeto “Semente da Diversidade”, que trabalha, há cerca de um ano, com crianças da Fundação Perpétua Magalhães, que possui 70% de integrantes do espectro autista. “Amo esse trabalho e fico muito feliz em ver os resultados com a assimilação dos conceitos pelas pessoas”.
A terceira painelista foi Sabrina Cabral, cearense, estudante de engenharia civil na UFC e criadora de conteúdo sobre protagonismo e oportunidades para jovens de baixa renda no instagram @sanydapeste. “A gente trabalha com ciência, cultura e educação ambiental. Nas minhas viagens vi como o programa AJA é bem visto pelo Brasil. Os AJAs têm um trabalho de educação ambiental que é uma potência, que pode mudar a vida das comunidades”. Ela participa de ações da Coordenadoria de Juventude de Fortaleza. No último ano, ela fundou seu próprio projeto, a Ruma, para levar a sustentabilidade e liderança para jovens nas áreas de STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática).
A última expositora foi Alice Piva, paraibana, arquiteta-urbanista e ativista climática. “É incrível ver como vocês aqui do Ceará conseguem desenvolver, por meio do AJA, experiências de educação ambiental nas comunidades. As mudanças climáticas, é claro, precisam de decisões dos governos, mas é necessário que as pessoas do nosso território estejam envolvidas neste processo”. Atualmente, ela é Embaixadora do Acordo de Escazú, tratado promovido pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe que objetiva o fortalecimento da democracia ambiental na região.