SEMA presente em reunião no Palácio da Abolição e palestra na UFC com o chairman da Fortescue
10 de novembro de 2023 - 15:40
O secretário executivo Gustavo Vicentino, participou, representando a SEMA, na manhã desta sexta (10), da palestra do Dr. Andrew Forrest, chairman da multinacional australiana Fortescue, sobre “Umidade Letal: o maior desafio climático da humanidade”, no auditório da Reitoria da UFC. Também presentes, várias outras autoridades, como o secretário de Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho; a vice-reitora da UFC, Diana Azevedo; o superintendente da Semace, Carlos Alberto Mendes; o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante; e o presidente do CIPP, Hugo Figueirêdo, dentre outras.
Mais cedo, no início da manhã, Gustavo esteve presente na reunião com Andrew Forrest e a diretoria da Fortescue no Palácio da Abolição, ao lado do governador Elmano de Freitas, da senadora Augusta Brito e do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado estadual Evandro Leitão. Na oportunidade, foi concedida a primeira licença prévia à empresa para produção de hidrogênio verde no Ceará. Além disso, também foi assinado o projeto de lei que permite a renovação da cessão do uso dos terrenos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) a serem utilizados na implantação do projeto, ampliando para 40 anos, com possibilidade de renovação por igual período.
Palestra na UFC
O auditório estava lotado com a presença de estudantes, professores, pesquisadores, servidores da SEMA e da Semace, além dos AJAs, que vieram aprender um pouco mais sobre os problemas gerados pelas mudanças climáticas.
Andrew – considerado pelo G7 embaixador oficial do Hidrogênio Verde – discorreu sobre os impactos climáticos ambientais do que ele chamou de “umidade letal”, em decorrência das mudanças climáticas e da má distribuição da água gerada nos trópicos, por conta do desequilíbrio decorrente da elevação da temperatura. “A combinação letal de alta temperatura e alta umidade, devido à crise climática, pode matar muitas pessoas. Não há redução, pois à medida que os oceanos aquecem, eles liberam mais umidade”, afirmou.
Segundo ele, a menos que se aja rapidamente, grandes partes do mundo poderão experimentar períodos significativos em que estará tão quente e úmido que sair ao ar livre poderá ser potencialmente fatal. “Há um ponto de virada perigoso de 1,5°C nesta década. 2023 é o primeiro ano a ultrapassá-lo. Pessoas estão morrendo agora segundo estudos de vários expoentes da comunidade científica, pois para cada 1°C, a umidade aumenta 7%”, disse. “Globalmente, as mortes devido à umidade letal já estão acontecendo em alguns locais, mas têm sido subestimadas e subnotificadas”.
Na palestra, ele adiantou que a apenas 31-35°C, com alta umidade, “seu suor não resfria você. O calor do seu corpo não consegue se dissipar, então sua temperature central aumenta rapidamente”. O chairman alertou que os primeiros a morrer serão aqueles com problemas cardíacos, obesidade – mas também bebês e idosos. Além do que, haverá queda da atividade econômica, aumento da demanda de energia (por causa do uso necessário e indiscriminado do ar condicionado) e mais apagões, além de desastres ambientais.
Poder positivo do Brasil e do Ceará
Para Andrew, o mundo precisa de liderança climática e políticas progressistas. E o Brasil pode ter ambos, pois tem a oportunidade histórica de fabricar energia verde e exportar amônia verde para o mundo, substituindo o carvão e o gás pelo hidrogênio verde como fonte de energia. E o Ceará está partindo na frente como polo produtor.
Ele propõe uma política econômica com “Zero carbono de verdade” até 2030, com o mundo parando de usar combustíveis fósseis. Para tal, é necessário derrubar todas as barreiras para a indústria verde, incluindo os subsídios aos combustíveis fósseis ainda existentes. Ao mesmo tempo, introduzir estímulos econômicos para incentivar o crescimento verde.
Ao final, ele apresentou a planta de produção de hidrogênio verde no Ceará, ressaltando que a empresa
Fortescue está realizando uma descarbonização completa em seus processos.