“O Ceará tem programas para atender a juventude das nossas periferias com foco no desenvolvimento sustentável”, afirma Vilma Freire
28 de outubro de 2023 - 14:56
A titular da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA), Vilma Freire, foi uma das painelistas do Expo Favela Innovation, na manhã deste sábado (28), no Centro de Eventos do Ceará. Ela integrou o painel “Por uma agenda pública de direitos”, às 9h40, no Palco 2, mediado pelo presidente Cufa do estado de São Paulo, Marcivan Barreto; com participação da advogada Tamires Sampaio, militante do coletivo Bem Viver SP; e a empreendedora Ariane Santos, da Badu Design.
Em sua fala, após fazer a audiodescrição, Vilma explicou o porquê da modificação no nome da sua pasta no governo do Estado. “O governador Elmano quis espelhar sua gestão com o ministério do presidente Lula, compreendendo a importância das mudanças climáticas em todo o mundo”.
AJA e Auxílio Catador
Questionada sobre quais programas são implementados pela SEMA e como eles chegam para os cidadãos da periferia, Vilma citou o Agente Jovem Ambiental. “São jovens de famílias do Cadastro Único do governo, que recebem um bolsa para fazer o trabalho de educação ambiental, selecionados de dentro da própria comunidade. Muitos deles após esta experiência tornam-se empreendedores em seus locais de moradia”.
Na sequência, citou o Auxílio Catador, que atende um público fundamental para o incremento da reciclagem, principalmente nas grandes cidades. “Segundo o último censo do IBGE, temos 565 mil pessoas morando em ocupações irregulares no Ceará, sendo 430 mil só na Região Metropolitana de Fortaleza, sendo que pela menos a metade é composta de mulheres. A ideia é ir além do benefício, para que eles realmente aprimorem o processo de recolhimento de resíduos como fonte de renda”.
Vilma também citou programas sociais do governo do Estado, a partir de parcerias da SEMA com outras secretarias, sempre escutando e dialogando com a sociedade. “Há uma preocupação, com o necessário processo de transição energética, com a formação para qualificar os jovens do Ceará para este mercado que tende a crescer no Ceará, por conta do desenvolvimento das energias renováveis: eólica, solar e hidrogênio verde”.
Encerramento
Encerrando participação no Expo Favela, a titular da SEMA disse que estava “impactada” e que ao conhecer os nomes dos painelistas, já “sabia” que aprenderia muito com todos e que levaria consigo, a partir daquele momento, a palavra transformação. Também destacou que o Estado sozinho não consegue fazer todas as transformações necessárias e que a expressão meio ambiente vai além de plantar uma muda de árvore. “No nosso dia a dia, podemos e devemos agir com ações práticas. O que você está fazendo hoje para garantir o seu amanhã”, encerrou.
Em seguida, foi a vez de Ariane, da Badu Design. De acordo com a painelista, o que todos precisam é de “se conectar em verdade e em essência” e refletir sobre o que estamos fazendo aqui. “Vamos olhar com mais respeito e cuidado para as pessoas e usar o nosso poder de ação para fazer transformações”, disse. A empreendedora está à frente da Badu Design, empresa de economia criativa, que transforma resíduos têxteis em cadernos e bolsas engajando mulheres de baixa renda.
A militante Tamires encerrou sua participação no Expo Favela, destacando a grandeza de estar “em um espaço sem igual para mostrar a potência das favelas”. Além de advogada, ela é coordenadora da Frente Nacional Antirracista e moradora de Guaianases, bairro da periferia de São Paulo. Fechando o painel, Preto Zezé, Fundador da Central Única das Favelas, afirmou que espera que todos “consigam expandir juntos e que juntos também, possamos construir cidades mais justas e igualitárias”. Preto Zezé busca mostrar ao Brasil e ao mundo que favela é muito mais: “é potência e ação”.
