SEMA presente na Festa do Muncunzá, na Comunidade Indígena Kanindé, em Aratuba
19 de junho de 2023 - 18:31
A Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA) participou nesse sábado (17), da 7a Edição da Festa do Muncunzá, na Aldeia dos Fernandes, do Povo Kanindé, no Município de Aratuba, que faz parte da Apa da Serra de Baturité. O evento, que foi coordenado pelo Cacique Sotero, celebrou com a comunidade e convidados a colheita do milho e outros produtos agrícolas do território dos kanindés. A Festa do Muncunzá contou com a participação de Joerly Victor, Prefeito de Aratuba; Elque Barroso, Presidente da Câmara Municipal; Regina Chaves, da Fundação Cepema/Rede Ecoceará; Adelle Azevedo, Coordenadora da Adelco; Pároco Claudenir Maia; Professor Jeovah Meireles, da UFC; representantes da Secretaria da Cultura, da Secretaria dos Povos Indígenas e das etnias Jenipapo-Kanindé, Tremembé e Tabajara.
Genario Azevedo, que representou a titular da SEMA, secretária Vilma Freire, no evento, ressaltou a importância do povo indígena Kanindé na preservação ambiental do território, em especial a Mata Atlântica da Apa da Serra de Baturité, pois reconhecem a importância de protegê-la para as gerações futuras. “São muitos os serviços ambientais fornecidos pela comunidade. Além do mais, a produção de milho, fava e banana em bases orgânicas, sem uso de agroquímicos, não contaminam a água, o ar e nem desmatam a floresta”, ressaltou.
Para o Cacique Sotero, a união dos indígenas do território têm sido uma fronteira de resistência e de luta pela demarcação da terra. “A Festa do Muncunzá é parte integrante da identidade cultural do povo Kanindé e mostra os seus principais meios de subsistência”, disse. Em sua fala, o professor Jeovah Meireles, da Universidade Federal do Ceará, enalteceu a presença dos jovens na festividade com seus cocás e adereços. Do ponto de vista ambiental, ressaltou a importância da preservação de áreas de mata no território dos Kanindés.
O Povo Kanindé vive no município de Aratuba, organizado em duas aldeias: Fernandes e Balança. Ao contrário dos Kanindé da Gameleira, possuem melhores condições climáticas e cultivam principalmente hortaliças, milho, fava, banana e café, haja vista que habitam uma região serrana. Em 1996, inauguraram o Museu Indígena do Povo Kanindé, constituindo-se como forte instrumento de afirmação étnica desse povo. Apesar de contar com vários tipos de artefatos no acervo museológico, os Kanindé se destacam principalmente na produção de peças de madeira.