No Ceará, ciência e meio ambiente andam juntos
29 de dezembro de 2022 - 13:38
“O amplo desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o meio ambiente no Ceará é também fruto do estreitamento de relações com os produtores de ciência no Estado”. A afirmativa é do titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), Artur Bruno. Um dos fatores de sucesso é, sem dúvida, o Programa Cientista Chefe, que tem o objetivo de unir o meio acadêmico e a gestão pública: equipes de pesquisadores trabalham nas secretarias do governo para identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que, implantadas, melhoram os serviços e dão mais qualidade de vida para a população. O Programa Cientista Chefe SEMA/Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) vem, há pouco mais de dois anos, concretizando diversas iniciativas. Mas a SEMA e a Semace vêm construindo pontes importantes com órgãos científicos, com destaque para os eventos ocorridos neste mês.
No dia 20, a SEMA, a Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará (EGP-CE) e o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) assinaram Acordo de Cooperação Técnica para a realização de um Curso de Especialização em Meio Ambiente. De acordo com a Secretaria Maria Dias, de Planejamento e Gestão da SEMA, o acordo vai qualificar técnicos municipais e policiais da área ambiental. “A motivação para a realização deste projeto vem da necessidade de qualificação dos gestores atuantes nos órgãos ambientais do Estado do Ceará”, afirma.
É um projeto inovador que vai capacitar 400 servidores para exequibilidade dos instrumentos da política ambiental no estado. “A expectativa é desenvolver competências técnicas e tecnológicas adequadas, aprimorar os conhecimentos técnicos dos profissionais para atuar na conservação dos recursos naturais, na elaboração de estratégias proativas de intervenção, voltadas para minimizar os possíveis impactos ambientais”, disse Bruno. O edital para seleção dos alunos será lançado no início de 2023.
Com carga horária total de 400 horas, o curso terá 8 disciplinas ministradas em 10 campi do IFCE por uma equipe composta por professores do IFCE e servidores da SEMA/Semace: Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; Políticas Públicas de Proteção Animal; Geoprocessamento Aplicado ao Licenciamento Ambiental; Gestão e Fiscalização Ambiental na Zona Costeira; Monitoramento Ambiental; Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor); Sistema Estadual do Meio Ambiente (Siema); Sistema Estadual de Unidades de Conservação. O orçamento consolidado do projeto é de R$ 1.975.964,00.
PDEA: segurança nos dados georreferenciados
No dia 26, o governo do Ceará lançou a Plataforma Estadual de Dados Espaciais Ambientais (Pedea). O objetivo é promover o ordenamento na geração, armazenamento, acesso, compartilhamento, disseminação e uso dos dados georreferenciados pelos órgãos ambientais do Estado. O software vai ajudar no desenvolvimento socioambiental sustentável com a base de dados dos órgãos ambientais estaduais integrada.
Presente no lançamento, a governadora Izolda Cela, afirmou que a Pedea chega para ser mais uma ferramenta de consciência sustentável entre os recursos naturais e as ações antrópicas. “Traz todo um portfólio que se relaciona aos nossos espaços, tanto no que diz respeito à geografia, georreferenciados, identificação das áreas de proteção. Nós temos a identificação dos ecossistemas, da fauna, da flora, das comunidades na Zona Costeira para conhecimento e perspectivas de ocupação ou investimento econômico, entre outras possibilidades. São informações que interessam a um investidor, por exemplo, e principalmente ajuda o Ceará e a sociedade a preservar melhor sua riqueza natural”, disse a chefe do Executivo cearense.
A Pedea possui três módulos (base de dados, servidor geográfico e um portal com o “Atlas Digital Costeiro e Marinho do Ceará”). No primeiro momento, o espaço vai unificar informações da zona costeira e ambiente marinho cearense. As informações poderão ser acessadas pelas instituições envolvidas, garantindo agilidade e suporte científico nas decisões.
Artur Bruno enfatizou a riqueza de dados disponíveis. “Essa plataforma é importante, porque nós temos hoje 294 categorias de informações. Só do mar, temos 152 categorias de informações. Em qualquer lugar do mundo as pessoas vão ver e conhecer o meio ambiente do Ceará. É algo que vai continuar, porque essa plataforma vai continuar evoluindo, tendo mais dados, ela é dinâmica”, afirmou o secretário.
Aeronaves Remotamente Pilotadas
No dia 29, a SEMA e a (Semace) receberam da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), dois veículos aéreos não tripulados ou VANTs. Os equipamentos, de fabricação alemã, são duas Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA) modelo Trinity F90+, e chegam como resultado da parceria com a Secitece, por meio do Programa de Modernização Tecnológica do Ceará (Promotec).
“A utilização do VANT está a cada dia ganhando mais protagonismo por sua alta performance e por entregar resultados consistentes. Tenho certeza de que contribuirão muito para a obtenção de dados ambientais, de forma a subsidiar tanto a SEMA como a Semace na elaboração, planejamento e implementação da política ambiental do Estado”, afirma Bruno. Na ocasião, também foi apresentado o drone que a SEMA recebeu da empresa Venture Capital Participações e Investimentos S/A (VCI SA), incorporadora do grupo Hard Rock Hotel no Brasil, a título de medida compensatória ambiental.