Grupo de Trabalho vai desenvolver projetos para recuperar manguezais no Ceará

10 de dezembro de 2021 - 08:01

O secretário do Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, se reuniu em seu gabinete, na sede da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em Fortaleza, com representantes do Ecomuseu Natural do Mangue e do Programa Cientista Chefe Meio Ambiente, e com técnicos da Secretaria. Na pauta do encontro, a formação de um Grupo de Trabalho (GT), com a participação de atores locais, protagonistas na questão da proteção dos manguezais. “Montado o GT, a partir do ano que vem, vamos discutir e desenvolver projetos, visando a recuperação dos nossos manguezais”, explicou Bruno.

Para Rusty Sá Barreto, do Ecomuseu Natural do Mangue, “foi uma reunião maravilhosa”. Segundo o ambientalista e diretor da organização, o que foi discutido e o que a Sema está desenvolvendo, alinha-se com os seus projetos. “ O Ecomuseu cada vez mais se solidifica como uma instituição que trabalha não apenas pelo mangue na Região da Sabiaguaba, mas pelos manguezais de todo o Ceará. Vamos trabalhar em parceria com a Sema para ações de educação ambiental como um todo e também no reflorestamento”, disse.

Segundo a coordenadora de Biodiversidade da Sema, Doris Day Santos, Ecomuseu integra o Conselho Gestor do Parque Estadual do Cocó e está inserido em território da unidade de conservação (UC) estadual. “É muito relevante essa parceria que junta as políticas públicas do nosso estado, o conhecimento da academia e a participação da sociedade civil organizada, através do Ecomuseu que tem entre os seus objetivos a educação ambiental e a pesquisa científica”, declarou.

Presente ao encontro, o novo coordenador do Programa Cientista – Chefe Meio Ambiente/ Sema-Semace, Luiz Ernesto Arruda Bezerra, destacou que os manguezais exercem um papel importantíssimo e o governo do Ceará conseguiu , durante a COP 26, um financiamento para fazer recuperação mesmos em território cearense. “São ecossistemas importantíssimos, principalmente nessa questão da mudança climática. Absorvem duas vezes mais carbono do que a Floresta Amazônica, são sumidouros de carbono”, afirmou. “Saímos daqui com a missão de montar o grupo que vai discutir como serão as ações para esse grande projeto de recuperação dos manguezais”, encerrou.

Também participaram do encontro, o cientista, Eduardo Lacerda, do Programa Cientista – Chefe Meio Ambiente/ Sema-Semace; a coordenadora de projetos, Fabiana Barros Pinho, do Ecomuseu Natural do Mangue e a bióloga marinha, Sandra Beltran-Pedreros, doutora em Ciências Pesqueiras nos Trópicos, e o engenheiro agrônomo, Rosseval Leite, doutor em Ciências Biológicas, ambos, pesquisadores e voluntários do Ecomuseu.

Manguezais

Os manguezais representam 0,6% de todas as florestas tropicais do mundo, mas seu desmatamento é responsável por até 12% das emissões de gases de efeito estufa provenientes de todo o desmatamento tropical. Os manguezais são um grupo de árvores e arbustos que vivem em zonas costeiras intertidais tropicais. Existem cerca de 80 espécies diferentes de árvores de mangue. Todas essas árvores crescem em áreas de solos encharcados, onde águas lentas permitem que sedimentos finos se acumulem. Nesses ambientes, os manguezais sequestram quantidades significativas de carbono, armazenadas por séculos

Ecomuseu Natural do Mangue

O Ecomuseu Natural do Mangue é uma ONG, que atua na cidade de Fortaleza, trabalhando na foz do Rio Cocó nos bairros Caça e Pesca e Sabiaguaba. Tem como missão: “sensibilizar e educar escolas e universidades (professores, direção e alunos), famílias, grupos, turistas e demais visitantes, quanto a importância da preservação e da recuperação do ecossistema Manguezal”.