Para Mantovani, da SOS Mata Atlântica, “falta entendimento sobre a importância do manguezal”

27 de julho de 2021 - 13:13

 

Dando continuidade à programação da Semana Estadual de Proteção aos Manguezais e de lançamento da Década do Oceano, na tarde desta segunda-feira, 26 de julho, aconteceram três palestras temáticas. Participaram do evento virtual, o Oficial de Programas do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), no Brasil, Matheus Couto; o Professor Luís Ernesto Arruda, do Instituto de Ciências do Mar, da Universidade Federal do Ceará (Labomar/UFC) e o Diretor de Políticas Públicas da organização não governamental, SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani. Mediaram o encontro os ambientalistas Fabiana Pinho e Rusty Sá Barreto, do Ecomuseu do Mangue.

Para Couto, do PNUMA, a Década da Restauração dos Ecossistemas, estabelecida em 2019 “tem grande sinergia” com a Década do Oceano. “A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) foi estabelecida em 2019 como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais”, disse. “Estamos em uma crise climática e ambiental sem precedentes e sem a recuperação dos ecossistemas, não temos como sair dela”, alertou. Ele destacou também a necessidade de descarbonizar a economia. “Não existe desenvolvimento sustentável sem falarmos na recuperação de ecossistemas”, disse. “Reduzir a nossa pegada de carbono, ou seja, a quantidade de gás dióxido de carbono que produzimos, é prioritário”, completou.

O papel de grupos funcionais e da recuperação hidrológica na restauração, manejo e estoque de carbono de manguezais degradados” foi o tema da palestra do Professor Luís Ernesto Arruda. Ele fez questão de destacar que o manguezal é um ecossistema formado pela associação de animais e plantas.” A maior parte dos manguezais do mundo está em países em desenvolvimento. E de certa maneira isso é um problema para os manguezais, pois nesses países na maioria das vezes não se respeita a lei e também não se tem nem verbas para proteger esses ecossistemas”, explanou. Ele informou que o centro de origem dos manguezais no mundo é na ásia. “Lá foi onde começaram os projetos de restauração dos manguezais”, disse.

A terceira palestra da tarde coube ao Diretor de Políticas Públicas da organização não governamental, SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani. Ele frisou o impacto da especulação imobiliária , a falta de entendimento sobre a importância de um manguezal e legislação, e que o mesmo é o principal ecossistema associado da Mata Atlântica. “Ter um marco legal é importantíssimo para fazer o desenvolvimento do litoral, protegendo os manguezais e zonas costeiras”, disse. “O nosso mangue tá garantido na Constituição de 88, no artigo 225, como patrimônio nacional e a sua utilização far-se-á na forma da lei”, explicou.

Semana Estadual de Proteção aos Manguezais

Em 2019, foi instituída no Ceará, a Lei16.996 que cria a Semana Estadual de Proteção aos Manguezais, estabelecendo que o evento aconteça sempre no período que compreenda o dia 26 de julho de cada ano, Dia Mundial de Proteção aos Manguezais.

Década do Oceano

Em dezembro de 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o período de 2021 até 2030, a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, popularmente denominada, “Década do Oceano”.

Confira todas as atividades programadas para a, no site da Secretaria SEMA. COLOCAR LINK DA PROGRAMAÇÃO AQUI.

Você também pode assistir no YouTube da SEMA (https://www.youtube.com/ ), todas as palestras apresentadas nos eventos programados para a Semana Estadual de Proteção aos Manguezais 2021.