Três pocilgas são retiradas de dentro do Parque Estadual do Cocó

13 de novembro de 2020 - 08:55

Numa ação coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (SEMA), que envolveu o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA), Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri) e Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), três pocilgas que funcionavam irregularmente no interior da poligonal do Parque Estadual do Cocó foram desativadas na manhã desta quinta-feira (12).


A bióloga Viviane Carneiro, que integra a gestão do Parque e que estava à frente do processo, explicou que aquela Unidade de Conservação (UC) é uma área de proteção integral e que “a criação de porcos, vacas, galinhas e outros animais antrópicos não é permitida sob nenhuma hipótese”. As pocilgas ficavam próximas aos bairros do Caça e Pesca e Sabiaguaba. Duas delas ficavam no entorno da localidade conhecida como Casa de Farinha, cujos moradores têm autorização para lá residir por terem sido considerados, a partir do estudo que fundamentou a criação do Parque, como “comunidade tradicional”.

Na primeira pocilga, o criador havia retirado os suínos, mas deixou outros animais, como vacas e galinhas. Com esta nova situação, a Adagri fez outra notificação e deu novo prazo para saída. “A criação de animais neste formato é irregular e o abate é clandestino, o que compromete a saúde das pessoas e dos animais. Quando há resistência, fazemos a apreensão dos animais e cuidamos da destinação: eutanásia, em caso de infecção, ou abatedouro, quando a carne é doada para instituições de caridade”, informa Amorim Sobreira, da fiscalização da Adagri.

Na segunda intervenção, a 50 metros de distância, encontrou-se o ambiente já desocupado. Houve então o início da demolição das estruturas pelo trator e pela equipe. Neste caso, o antigo criador já responde a processo judicial. Anteriormente, ele havia sido conduzido à delegacia. O coordenador de segurança das UCs estaduais, Cel. Mota, explica que um procedimento como este dura alguns meses. “Após visitas de alerta, emitimos notificação e damos prazo para a desocupação. Caso os invasores não obedeçam, então temos que viabilizar a retirada”, informa.
Um comboio com caminhões da Adagri – para recolhimento de animais –, além de outro para levar os entulhos, escavadeira, além de carros com fiscais e policiais do BMPM, foi usado na ação. No entorno dos dois locais, era possível ver restos de animais em estado de putrefação espalhados ao longo das vias de acesso.

A última pocilga visitada, na localidade Olho D’água, ainda estava em funcionamento, com mais de 150 porcos. O empreendimento funcionava há 25 anos, espalhando lixo – notadamente restos de ração e de animais – até a beira do rio Cocó, num contexto de muita sujeira. Segundo o Cel. Mota, a notificação formal foi feita dia 28 de agosto. Com o descumprimento, os fiscais recolheram os animais, levando-os no caminhão da Adagri. Segundo Viviane, a ação deve se prolongar até a completa retirada de todas as estruturas e limpeza dos locais.