Evento virtual lança proposta de Plano Estadual de Preservação dos Manguezais

24 de julho de 2020 - 13:24

Um seminário virtual ocorrido nesta sexta-feira (24/7), pela manhã, marcou a abertura da Semana Estadual de Proteção aos Manguezais. A lei 16.996/2019, que deu origem à Semana Estadual de Proteção aos Manguezais, estabelece que o evento acontecerá sempre no período que compreenda o dia 26 de julho de cada ano, que marca o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais. O evento, promovido pelo Ecomuseu Natural do Mangue, teve apoio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa (AL-CE) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

Na abertura, o titular da SEMA, Artur Bruno, lembrou que cinco das 27 Unidades de Conservação (UCs) estaduais, sob a gestão da Secretaria, possuem manguezais: Parque Estadual do Cocó; Área de Proteção Ambiental (APA), do Estuário do Rio Ceará-Maranguapinho; APA do Estuário do Rio Curu; APA do Estuário do Rio Mundaú e APA da Serra de Baturité. “Os mangues ocupam mais 254 km2 do nosso litoral e possuem diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção”, informou.

Na sequência, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da AL-CE, deputado estadual Acrísio Sena (PT), autor da lei que criou a Semana de Proteção aos Manguezais no Ceará, ressaltou que os manguezais são berçários de diversas espécies de peixes e mariscos e têm papel fundamental no combate às mudanças climáticas. “No Ceará, que tem mais de 98% do seu território – que corresponde a 175 municípios – no semiárido, trata-se de um aporte natural importantíssimo”.

Depois, houve palestras de 30 minutos com a professora Rafaela Camargo Maia, do Laboratório de Ecologia de Manguezais (Ecomangue) do Instituto Federal do Ceará (IFCE); com o biólogo Pedro Belga, presidente da ONG Projeto Uça; e com o ambientalista Rusty Sá Barreto, diretor do Museu do Mangue. Belga elogiou a atuação do governo do Estado, através da SEMA, e da Assembleia Legislativa, via Comissão de Meio Ambiente, acerca da lei de proteção a este ecossistema “que é única em todo o Brasil”. Rusty, por sua vez, remontou a história do Museu do Mangue e agradeceu às diversas parcerias que acreditaram no projeto.

Entre as sugestões que surgiram no debate, foi lançada a proposta de criação de um Plano Estadual de Preservação dos Manguezais, que seria fruto de uma grande articulação com 22 municípios cearenses que conta com a presença deste ecossistema, englobando também Assembleia Legislativa, SEMA, Semace, Museu do Mangue e outras ententidades. Acrísio Sena propôs a realização de uma reunião técnica para acertar os detalhes.

No sábado, 25, acontece também o 2º Workshop Rede Nacional dos Manguezais (Renamam), transmitido pelo YouTube, que contará com a participação do professor Clemente Júnior, do Instituto Bioma Brasil, e da professora Erminda Couto, da Universidade Estadual de Santa Catarina (UESC). Haverá certificado de participação.