Webinar alerta sobre impactos e apresenta ações de combate à desertificação na Caatinga

17 de junho de 2020 - 15:28

 

A Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), com apoio do Comitê da Reserva da Biosfera da Caatinga (CRBC), realizou na manhã desta quarta-feira (17), webinar sobre Desertificação e Caatinga – Estratégias de Superação. O titular da SEMA, Artur Bruno, abriu o encontro alusivo ao Dia Mundial de Combate à Desertificação e a Seca. Transmitido pelas plataformas Facebook e YouTube, o evento online reuniu 400 participantes. A mediação foi da engenheira agrônoma, da Coordenadoria de Desenvolvimento Sustentável (Codes/SEMA), Viviane Monte.

Para Bruno, o debate foi enriquecedor. “Os palestrantes não trataram apenas de questões teóricas, mas de ações concretas”, disse. Ele destacou que a ONU estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década de Recuperação dos Ecossistemas. “E se há um bioma degradado e precisando de um olhar especial é a Caatinga”, completou. “Representa mais de 90% dos biomas cearenses, portanto o principal e devemos voltar nossas políticas públicas para recuperar o mesmo”, encerrou.

A palestrante Margareth Benício, gerente de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente da Funceme, disse que as “Vulnerabilidades e estratégias de redução da degradação da Caatinga cearense” – tema de sua apresentação – é um assunto “para ser lembrado e discutido todos os dias” e que vamos precisar de “estratégias e ações de combate à desertificação, para “reverter o problema tão visível no território cearense” e que causam desequilíbrio ambiental e social.

Adaptação

Segundo a gerente, nossos solos estão muito vulneráveis e atingindo a vegetação, que mesmo na estação chuvosa não se recupera, causando “grande impacto negativo” sobre os recursos hídricos. “Precisamos pensar na nossa capacidade adaptativa”, afirmou. “Projeções futuras indicam uma maior pressão do clima sobre o processo de degradação ambiental e desertificação em nossos territórios”, alertou.

Ela apresentou ações de preservação na Caatinga e de combate à desertificação, desenvolvidas pela Fuceme e Governo do Estado, para minimizar “esse processo”, como a recuperação de área na sub-bacia hidrográfica do riacho do Brum, em Jaguaribe, que apresentava degradação quase irreversível, com empobrecimento da biodiversidade e população local.

A área foi mapeada para identificação do problema e introdução de atividades de apoio. “Aplicamos técnicas de manejo e práticas conservacionistas”, explicou. “A mão de obra utilizada foi da própria comunidade que passou a ter uma renda e aprendeu a replicar a tecnologia”, contou. Com a intervenção, o solo e a vegetação estão praticamente recuperados e a produção local de mel de abelha passou de 680 kg, em 2014 (antes da intervenção), para 2050 kg em abril de 2020.

Tecnologias sociais

A exposição do coordenador do Instituto Antônio Conselheiro (IAC), Ricardo Vasconcelos, ressaltou que é possível manter o homem no Semiárido. Ele apresentou o “Potencial das tecnologias sociais no combate à desertificação” e afirmou que ficou no passado o tempo em que a seca era tratada como uma vilã e o semiárido como improdutivo. “Hoje, a seca já é vista como uma condição climática que sempre existirá”, afirmou.

Ele destacou a tecnologia social das cisternas e o papel da ASA – Articulação do Semiárido Brasileiro. “É a maior referência mundial de captação e manejo de água”, disse. “É uma rede formada por mais de três mil organizações da sociedade civil”, completou. Também destacou o apoio do Governo ado do Ceará, informando que desde 2017 os recursos federais estão sendo sido reduzidos. “Nossas ações só estão sendo possíveis graças aos recursos do governo estadual”, encerrou.

Apresentações

Apresentação Convivência com o semiárido e controle de desertificação

DESERTIFICAÇÃO SEMA