Sete praias do Ceará serão monitoradas quanto aos contaminantes de petróleo

13 de novembro de 2019 - 09:39

O Grupo de Trabalho (GT) de Combate às Manchas de Óleo realizou mais uma reunião na tarde de hoje (12/11), no auditório da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), para avaliar ações e providências concernentes ao monitoramento, limpeza e mitigação dos impactos no litoral cearense, em consequência do vazamento de óleo. Ficou decidido que o GT apresentará ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema), minuta de uma resolução que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade dos solos e das águas, quanto à presença de substâncias químicas e micro-organismos para determinação de balneabilidade

A SEMA coordena o grupo de trabalho com especialistas na área de microbiologia, fisioquímica e gerenciamento costeiro e juntos realizam estudos e desenvolvem instrumentos para avaliar a evolução da qualidade das águas e dos solos no Litoral cearense, após o vazamento. “Já montamos a nossa resolução para que assim possamos responder à nossa população”, disse Maria Dias, Secretaria de Planejamento e Gestão da SEMA. A reunião do Coema acontece nesta quinta-feira (14/11), às 14h, no auditório da Semace.

O grupo fez o Plano Emergencial de Balneabilidade (PEB), no qual se inclui a minuta da resolução, e por conta do mesmo, sete praias impactadas serão monitoradas quanto aos contaminantes de petróleo, durante seis meses. “O monitoramento será nas seguintes localidades: Canoa Quebrada, Icapuí, Prainha do Canto Verde, Sabiaguaba, Icaraí, Cumbuco e Jericoacoara”, informou o doutor em Química, Rivelino Cavalcante, do Labomar /UFC e um dos estudiosos e autores do PEB.

“A resolução será um instrumento muito valioso”, declara o secretário Artur Bruno. Segundo o titular, a SEMA e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) já têm recursos para esta ação. “O Governo do Estado do Ceará tem como prioridade garantir recursos para o emergencial”, completou. Para Bruno, o trabalho que o Ceará está fazendo “está virando referência” para todo o Brasil e para o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama.

Durante o encontro, a questão do cadastramento dos pescadores foi destacada pelo Instituto Terra Mar. A ONG afirma que é necessário chamar para a discussão a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social e as Prefeituras para pensar ações que possam mitigar os danos sofridos pelas comunidades pesqueiras devido à ocorrência do óleo “Essa é uma responsabilidade do Governo Federal, mas também do Estado e dos municípios”, afirmou a representante do Instituto, Andrea Camurça.

Sobre a questão dos pescados ficou definido que acontecerá, no próximo dia 19 (terça-feira), reunião no Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec). O representante da Comissão do Meio Ambiente da OAB do Ceará, João Alfredo convocou todos os presentes para participar de um debate sobre as manchas de óleo no Ceará, no próximo dia 28 de novembro, na sede da OAB, em Fortaleza.