Único Parque Estadual Marinho do Estado ganha plano de manejo
26 de fevereiro de 2019 - 16:11
Nesta quinta-feira (28/2), às 9h, no Instituto de Ciência do Mar da UFC (Labomar), será celebrado o Contrato de Prestação de Serviços de Consultoria Técnica para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, firmado entre o Fundo Brasileiro para Biodiversidade – FUNBIO e a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, no âmbito do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas – GEF Mar .
De acordo como Ministério do Meio Ambiente (MMA), o GEF Mar é um projeto do Governo Federal, criado e implementado em parceria com instituições privadas e da sociedade civil, para promover a conservação da biodiversidade marinha e costeira. “Busca apoiar a criação e implementação de um Sistema de Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (AMCPs) no Brasil”, explica a gestora daquela Unidade de Conservação (UC), Izaura Lila.
O projeto apoia ao todo 17 UCs. Destas, 11 são federais e seis estaduais, localizadas em nove estados, dentre eles, o Ceará, além de sete centros de pesquisa. “O Governo Federal implementa o projeto por meio de uma parceria técnico-financeira com o FUNBIO, e financiamento do Global Environment Facility (GEF) – por meio do Banco Mundial”, completa.
Nesse contexto, o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio foi selecionado no GEF-Mar. O Parque é uma das UCs estaduais, de Proteção Integral, no Estado do Ceará, sob a gestão da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA). “A única UC marinha do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC) caracterizada por ser totalmente submersa”, destaca a gestora.
Com uma área de 33,2 km², não apresenta ilhas ou qualquer outra forma de afloramento acima do nível do mar. Os recifes ficam permanentemente submersos e a temperatura da água é de 27°C. A UC favorece o desenvolvimento e o abrigo de rica biodiversidade. “Temos registro documentado de 153 espécies de peixes ósseos, 12 peixes cartilaginosos, uma de golfinho e três de tartaruga” afirma Lila. Treze das espécies encontradas na UC, entre peixes e tartarugas, estão ameaçadas de extinção.
Para o titular da SEMA, Artur Bruno, o reconhecimento de todos esses atributos ainda faz mais urgente a proteção e conservação do ecossistema e enuncia a importância da elaboração de um Plano de Manejo para o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio. “É um passo decisivo para a efetivação da gestão dessa UC”, disse. “Essa consolidação perpassa pelo estabelecimento de zonas e normas de uso do território da unidade, a serem construídas por meio de metodologias participativas e integradas”, encerra Bruno.
Sobre o Parque
O Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, criado por meio da Lei n° 12.717 de 05 de setembro de 1997, está localizada, aproximadamente, 18 km na direção 60º, quadrante NE, em relação ao município de Fortaleza. O substrato rochoso é coberto por esponjas, corais e algas e suas frestas abrigam grandes populações de lagosta.
Apesar dos poucos estudos, já foram encontradas no Parque novas espécies de esponjas e algas, anteriormente desconhecidas pela ciência. A área é conhecida por pescadores e mergulhadores pela disponibilidade de peixes, rica biodiversidade e beleza cênica das paisagens subaquáticas. A área é constantemente visitada por mergulhadores e pescadores sem que ocorra um controle efetivo de frequentadores e visitantes do Parque.