Sítio Fundão realiza visitas com equipamentos adaptados para pessoas com deficiência

25 de outubro de 2018 - 15:19

Na última terça-feira, 23, o Sítio Fundão recebeu grupo do Programa de Educação Tutorial do curso de Administração da Universidade Federal do Cariri, através do projeto “Andanças Culturais”. A iniciativa visa interligar a comunidade acadêmica da UFCA com a memória patrimonial da região. A partir de planejamentos e estudos durante o ano, foram construídos roteiros guiados para lugares que carregam uma bagagem de fatos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais da região do Cariri, tornando os que fazem parte dos processos pertencentes da riqueza que carrega o nosso lugar, instigando a preservação e a transmissão dos saberes adquiridos.

A ocasião possibilitou a inclusão e interação de pessoas com necessidades especiais, como surdos, cegos e cadeirantes, que além de conhecerem as potencialidades da unidade, ainda contribuíam com suas considerações acerca da presença do braille, do alfabeto manual e da escrita SignWriting presentes nas placas de identificação da flora no aplicativo Ecomaps, bem como da opção de acessibilidade (TalkBack) presente nos smartphones, que ao ser ativada permite a áudio descrição dos textos presentes na tela.

A cadeira adaptada Julietti, nº 0016, a qual é mantida sob tutela pelo Parque, e que integra a ONG Montanha Para Todos, foi utilizada pelo estudante de administração dessa IES, Junio Cipriano (cadeirante). Segundo ele, a cadeira é super adaptável e, apesar dos obstáculos que encontrou, foi possível se divertir com a atividade. “Parabenizo a iniciativa e desejo que outras pessoas com mobilidades reduzidas possam também desfrutar dessa experiência, na companhia dos seus amigos”, relatou.

Jefferson Araújo (cego), estudante de engenharia civil, viveu a experiência de uma trilha intuitiva, com inclusão da acessibilidade. A presença do braille e da áudio descrição foram fundamentais para a interação com o meio. Ele enxergou até os nove anos de idade, o que o possibilitou reviver algumas experiências da sua infância, com a natureza e as pessoas. “Foi prazeroso e provou que cada um é capaz de fazer enfrentar os desafios que a vida apresenta. Não são as limitações que podem impedir, bastam adaptações e disposição”, afirmou.

Nina Mirella (surda), estudante de biblioteconomia, e sua intérprete de libras, Soraya Almeida, relatou que pela primeira vez estava na UC e pôde perceber a importância do contato com a natureza e a acessibilidade apresentada, possibilitando o maior aprendizado dela sobre a visita. Já o estudante de administração Márcio Moreira (surdo), que foi acompanhado de seu intérprete de libras, Francisco Celestino, “a escrita do SignWriting ainda precisa melhorar, bem como outras opções de acessibilidade para comunidade surda”. Ele agradeceu o convite e parabenizou a iniciativa.