Mudanças climáticas: uma realidade impositiva

Publicado no Jornal O Otimista (05/06/24)

A fala nem é para os céticos e/ou negacionistas da ciência, mas para os que acreditam que ainda temos tempo para discutir alterações no clima e seus efeitos. Não é um problema futuro: o clima mudou e continuará mudando. No Brasil, a seca na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul são exemplos.

 

Há décadas, a comunidade científica mundial alerta sobre o perigo do aumento gradativo de gases de efeito estufa e da temperatura no planeta. A redução das emissões é uma urgência, mas só para não piorar a situação.

 

Dados recentes do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas mostram que a temperatura média global de maio de 2023 a abril de 2024 é a mais alta já registrada, acima da média pré-industrial de 1850-1900. Com os atuais 62 bilhões de toneladas de emissão de CO2 na atmosfera a temperatura pode aumentar de 3 a 3.5 graus em média na Terra até o final do século.

 

É preciso zerar o desmatamento e eliminar o uso de combustíveis fósseis. Caso contrário, áreas como o Brasil podem aquecer de 4 a 4.5 graus. E com o dobro do aquecimento, haverá 5 vezes mais chances de eventos climáticos graves.

 

No Ceará, temos cientistas engajados, que discutem e apontam medidas. E o governo, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima, tem agido de forma a preparar o Estado para enfrentar o problema, com ações e programas como o Agente Jovem Ambiental, o aumento do número de Unidades de Conservação, o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária com vistas ao Desenvolvimento Sustentável (ABC+CE), e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), dentre outros.

 

Durante o Junho Ambiental, dias 17 e 18, haverá o seminário “Ceará pelo Clima: Desenvolvimento, Sustentabilidade e Justiça Social”. Serão dois dias dedicados à justiça climática, transição energética e justiça social. Contudo, este trabalho precisa caminhar com a percepção de que o poder público sozinho não dará conta da tarefa. É necessário que cada um pense, nas suas ações locais, na importância das relações ecológicas, de forma a manter o seu próprio bem-estar: o desafio é agir hoje!

 

Vilma Freire
Secretária do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará