Livro Vermelho dos Animais Ameaçados de Extinção do Ceará

 

 

 

 

 

               

 

Um dos primeiros passos para planos de conservação é avaliar o status das espécies de acordo com o seu risco de extinção. A International Union for Conservation of Nature (IUCN) é a referência mundial nesse panorama, através das publicações das listas vermelhas de espécies ameaçadas.

 

Para assegurar a fidelidade das avaliações, a IUCN desenvolveu um conjunto de categorias e critérios quantitativos, tomando como base parâmetros de redução da população, alcance distributivo, tamanho e estrutura da população, além de estimativas quantitativas do risco de extinção. Após análise, as espécies são categorizadas em: Extinta (EX), Extinta na natureza (EW), Criticamente Ameaçada (CR), Em Perigo (EN), Vulnerável (VU), Quase Ameaçada (NT), Dados Deficientes (DD), Pouco Preocupante (LC), Não Aplicável (NA) e Não Avaliada (NE). Quando a extinção é limitada a um território menor que um país, ainda é utilizado o termo Regionalmente Extinta (RE).

 

Em um contexto brasileiro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o responsável pela elaboração das Listas Nacionais de Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil. O órgão também estabelece as diretrizes para a elaboração das listas locais, através do manuscrito Aplicação de Critérios e Categorias da UICN na Avaliação da Fauna Brasileira. Tais metodologias foram seguidas pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará para a elaboração do presente documento.

 

O Ceará foi o 11º estado da federação a publicar sua lista vermelha local. O projeto foi iniciado em 2020 no âmbito do Programa Cientista Chefe em Meio Ambiente e financiado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) (Portarias SEMA 80/2020 e 49/2022). Na elaboração, foram envolvidos mais de 100 profissionais de instituições de pesquisa, órgãos públicos e organizações da sociedade civil não somente do Ceará mas também de outros estados do país. A coordenação geral foi de responsabilidade do Prof. Dr. Hugo Fernandes-Ferreira (UECE / Seteg), que também liderou o setor de mamíferos continentais. As espécies marinhas foram representadas pelo Dr. Vitor Luz Carvalho (Aquasis). O grupo dos répteis foi coordenado pelo Prof. Dr. Robson Ávila (UFC); o dos anfíbios pelo Prof. Dr. Daniel Cassiano-Lima (UECE) e o das aves pelo Dr. Weber Silva (Aquasis).

 

Após o levantamento de milhares de dados, consultas públicas e dezenas de rodadas de avaliação, foram lançadas as portarias que definem as inéditas listas vermelhas de Mamíferos Continentais (SEMA nº 93/2022); Aves (SEMA nº 145/2022); Anfíbios e Répteis Continentais (SEMA nº 146/2022); Tartarugas e Mamíferos Marinhos (SEMA nº 191/2022). O Livro Vermelho dos Animais Ameaçados de Extinção do Ceará compila as informações taxonômicas, morfológicas, geográficas, ecológicas e de ameaças associadas nas fichas de avaliação das espécies de Mamíferos (Vol. 1), Répteis e Anfíbios (Vol. 2) e Aves (Vol. 3).